ATA DA OCTOGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 13-9-2012.
Aos treze dias do mês de setembro do ano de dois mil
e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Fernanda Melchionna,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Pancinha, José
Freitas, Márcio Bins Ely, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta,
Professor Garcia e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Alceu Brasinha, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luiz Braz, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Após, foi apregoado o Ofício nº
786/12, do senhor Prefeito, encaminhando Mensagem Retificativa ao Projeto de
Lei do Executivo nº 037/12 (Processo nº 1989/12). Também, foi apregoado
Requerimento s/nº de autoria do vereador Beto Moesch (Processo nº 2030/12),
deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo, nos dias onze e doze de setembro do corrente, em
visita técnica ao IMAFLORA, nos Municípios de Piracicaba e Itu – SP. Durante a
Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Oitava, Septuagésima
Nona, Octogésima, Octogésima Primeira, Octogésima Segunda, Octogésima Terceira
e Octogésima Quarta Sessões Ordinárias. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Adeli Sell, Kevin Krieger, este em tempo cedido pelo vereador José Freitas,
Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago Duarte, este em tempo cedido pelo vereador
Beto Moesch, Mauro Pinheiro, Carlos Todeschini, Sofia Cavedon, Valter
Nagelstein e João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Bernardino Vendruscolo, Paulinho Rubem Berta, Dr. Thiago Duarte,
João Antonio Dib, Adeli Sell, Idenir Cecchim e Elói Guimarães. Às quinze horas e quarenta e
cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária da
próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Mauro Zacher e Haroldo de Souza e pela vereadora Fernanda Melchionna
e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Haroldo de Souza, presidindo os trabalhos; colegas Vereadores
e Vereadoras, eu acho que a maior cretinice parlamentar e humana que existe é a
pirataria: a pessoa adonar-se do que os outros fizeram. Trabalhei para uma
comunidade – o Ver. Todeschini sabe, pois foi Diretor do DMAE – ter a
individualização; isto é a divisão da água para cada condômino. Fiz todo o
trabalho, como deve fazer um Vereador, telefonei para o Departamento, falei com
o pessoal para termos a água individualizada, aí chega um outro e diz: “Fui eu
que fiz isso”, e coloca uma placa. Isso se chama safadeza, calhordice,
pirataria pura.
Hoje de manhã estive numa comunidade que, por três
meses, eu batalhei para que colocassem remendos. Pedi simplesmente remendos
numa ruazinha minúscula chamada Araticum, na Restinga. Aí, eu falei, e
finalmente fizeram – dias atrás – o tal remendo que solicitei.
Eu brinquei com um morador dizendo: “Espero que agora
não apareça alguém dizendo que foi ele que conseguiu”. Porque aqui todos sabem
que eu, por várias e várias vezes, fui e fotografei absolutamente tudo... Vou
aproveitar, inclusive, para que o Ver. Dib fale com o Záchia que, no fim da Rua
Araticum tem uma pracinha maravilhosa, mas ainda há algumas coisas para serem
limpas.
Então, fico abismado com essa pirataria, com essa
sacanagem que está havendo na Cidade. Só quero ver se algum desses que estão
comprando suas cadeiras sentará no ano que vem aqui. Porque, Ver.ª Fernanda,
quem comprar cadeira aqui não terá solidariedade nossa para nada. Se depender
de mim, não será presidente de Comissão, não participará da Mesa, de repente
fará um caminhão de votos, mas aqui nós temos critérios, e esses critérios nós observaremos
no ano que vem. Digo mais, estive também, Ver. Mauro Pinheiro, na região Norte
do Município, e lá no Rubem Berta falta colocar asfalto em vários lugares.
Pois, agora, para que consigam asfalto, alguém obrigou outros a colocarem
placas de determinado candidato. Eu já fotografei, estou avisando! Já
fotografei, estou avisando! Ali do lado, por sinal. E se o asfalto for
colocado, agora, nas próximas duas semanas, irei ao Tribunal Regional
Eleitoral, porque quando eu solicitei – e acho que o Mauro deve ter solicitado,
porque fica próximo ao Mauro, e ele é um Vereador atento –, não fui atendido.
Então, estamos fazendo essas anotações. Eu não
estou aqui para brincadeira, Fernanda Melchionna, por isso lhe dou um aparte.
A Sra. Fernanda Melchionna: Serei muito
rápida, Ver. Adeli, e agradeço pelo aparte. Quero dizer que são graves as
denúncias, e nós também temos visto isso pela Cidade. E mais, em outra
comunidade – já trouxe ao Líder do Governo – a Prefeitura está colocando
asfalto e obrigando a comunidade a pagar o meio-fio, sendo que a obra foi
conquistada pelo Orçamento Participativo. Isso cheira mal!
O SR. ADELI
SELL: Depois anotarei tudo isso. Se isso acontecer, o Ver. João Dib vai ser o
primeiro a saber, e eu sei que o Dib não vai se calar, porque não passou 40
anos aqui para não terminar a sua gestão gloriosamente, como Líder de um
Governo, e nenhum calhorda – está no dicionário, não é palavrão, só tem um
nome, e esse é o nome, está anotado – vai passar, porque esse candidato à
vereança, seja lá o que for, para mim não serve de nada, absolutamente de nada,
e quem comprar cadeira aqui não serve para democracia. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Kevin Krieger está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. José Freitas.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Obrigado, Ver. Haroldo, presidindo os trabalhos, quero cumprimentar
todos os Vereadores e Vereadoras aqui presentes. Eu queria, Ver. Adeli,
compactuar também com o seu desabafo, porque nós estamos vendo, em algumas
áreas da cidade, em algumas comunidades – e não só em relação ao asfalto – a
falta de coerência de alguns candidatos, quando batem em algumas casas que já
estão com placas de candidatos e fazem de tudo – e mais um pouco, Ver. Pancinha
–, para trocarem as placas nas casas das pessoas que já estão convencidas de em
quem irão votar nessas próximas eleições. Isto tem acontecido muito, acho que
cada vez mais os nossos Vereadores, os nossos políticos precisam se dar conta
de que não é comprando casas e comprando alguns espaços que vão ganhar as
eleições. Acho que, quem tem trabalho, quem tem dedicação pela Cidade de Porto
Alegre, pelas suas comunidades, independentemente de já estarem neste
Legislativo, Ver. João Antonio Dib, ou não, com seus trabalhos que tem nas suas
comunidades, com certeza, estarão aqui representando todos os cidadãos da cidade
de Porto Alegre, com todos os seus direitos. Realmente, a gente tem visto
algumas coisas que não são legais e constitucionais, Ver. João Antonio Dib. Há
alguns abusos de autoridade, alguns abusos em relação a ameaças de algumas
pessoas, ameaças de que não vão mais dar isso, que não vão mais dar aquilo, se
não votarem ou colocarem placas de alguns candidatos. Aí, Ver. Adeli Sell, são
de todos os espaços, de todos os Partidos, não é do Partido do Governo ou do
partido da Oposição, Ver. Haroldo, são de todos os Partidos. Eu acho que, cada
vez mais, a gente precisa melhorar essa forma de fazer campanha, essa forma de
fazer política. E acho que é o senhor, Ver. Haroldo, quem está propondo um
projeto também em relação aos cavaletes, ao qual vou me somar. Os cavaletes,
cada vez mais, estão sujando a Cidade e, por isso, nós temos que voltar às
origens de ter uma eleição em que os candidatos têm que ir à periferia, têm que
fazer o olho no olho, cumprimentar os eleitores e mostrar o seu trabalho,
porque eu acho que as eleições precisam voltar a ser como nos tempos passados,
em que as pessoas tinham que ir até a comunidade.
Ver. Bernardino, há muitas pessoas que não voltam
em algumas comunidades, porque já foram e prometeram mundos e fundos e, depois,
não podem mais retornar nessas comunidades, não têm coragem porque foram lá e
prometeram muitas coisas e não podem mais retornar. Eu acho que, cada vez mais,
isso tem que mudar, e nós temos a responsabilidade em relação a isso, porque a
Legislação do Município somos nós que estamos fazendo e somos responsáveis por
isso.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero lhe agradecer
o aparte, Ver. Kevin Krieger, e lhe dizer que o senhor está totalmente com a
razão, mas essa é a hora do nosso eleitor, do nosso cidadão dar respostas,
porque, muitas vezes, entram nas comunidades e prometem isso e aquilo, e as
pessoas ainda continuam votando nesses candidatos. Deveriam não ter prometido,
mas ter feito durante os quatro anos. Não fizeram? Pois agora querem prometer
aquilo que não podem cumprir, e a gente está sofrendo isso, principalmente, na
preferia. Eu, que moro na periferia, tenho enfrentado isso todos os dias!
O SR. KEVIN
KRIEGER: Obrigado, Ver. Paulinho.
O Sr. Tarciso
Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu também endosso
tudo que o Paulinho falou; é uma maravilha a tua fala, porque amanhã, quem
estará na Câmara, ninguém sabe. O político passa como aquele político ladrão,
sem-vergonha, e nós temos que ouvir e baixar a cabeça – essa é a verdade.
Porque são promessas ridículas. O Vereador não tem poder para fazer asfalto,
ponte ou casa. O Vereador tem poder para fiscalizar e fazer Projetos de Lei
para as comunidades.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Obrigado, Ver. Tarciso. Eu queria agradecer a todos, e que o nosso
eleitor possa estar, realmente, decidindo por quem trabalha, por quem faz pelas
comunidades. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
em Comunicações.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Haroldo de Souza, que preside os trabalhos;
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a verdade é a seguinte: tem um candidato à
majoritária, que é chefe do DMLU, da EPTC, que está com um monte de placas ao
longo da Av. Ipiranga; o que vocês querem mais? Tem um candidato que é o chefe
do DMLU, que é o responsável pela EPTC, que são os órgãos que recolhem as
placas irregulares, e esse candidato tem placas ao longo da Av. Ipiranga; vocês
querem o quê? Ele pode?
Então, vamos trocar de assunto, porque, se vamos
entrar na história das placas... Eu não tenho. Estou pensando em começar a
colocar; estou pensando em colocar.
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, V. Exa.
sabe – eu já repeti muitas vezes aqui – da minha admiração por V. Exa., e peço
que não leve para o lado pessoal; claro que V. Exa. não vai levar, mas eu
preciso falar isso para as pessoas que estão nos assistindo, para que tenham
clareza sobre a minha admiração pela sua pessoa. Agora, eu insisto: ainda não
recebemos a prestação de contas dos festejos farroupilhas do ano passado. É Lei
desta Casa que 30 dias após o término dos festejos tem que encaminhar a
prestação de contas aos Vereadores. Eu já lhe pedi várias vezes. O Secretário Sergius Gonzaga, outro dia, esteve no meu gabinete; fez uma
visita de cortesia; eu fiquei muito feliz e insisti com ele, pedi que voltasse
na semana seguinte e que me trouxesse as contas para darmos uma olhada, o que
faz bem. E V. Exas. sabem que contas dos festejos farroupilhas, por eu ter
estudado bastante, agora já conheço um pouco. Então, fico aguardando. Espero
que V. Exa. consiga para hoje. A minha Bancada já me autorizou a falar no Tempo
de Liderança mais tarde, para agradecer ou voltar a fazer essas críticas,
porque não podemos ficar aqui falando, falando, e as coisas não acontecerem,
desrespeitosamente. Até o presente momento, não veio, e é uma Lei desta Casa, a
Lei nº 10.939, que determina que, 30 dias após o término dos festejos, as
contas têm que vir para esta Casa.
Este tipo de fala não me agrada, até
porque há outra coisa aqui muito triste. Olhem, é um documento do Tribunal de
Contas do Estado, que diz – não posso ler tudo, não tenho tempo – (Lê.):
“Portanto, considerando, ainda, os demais elementos trazidos [Eu estou
abreviando.] nesta informação e tendo em vista o possível prejuízo ao Erário na
ordem de R$ 7.531.475,03 [Não é pouca coisa.] (...) Determine que seja instaurado
procedimento administrativo de sindicância, com vistas à apuração de
responsabilidades funcionais... [Do DEMHAB.] (...) Junta-se a estes elementos o
fato de o Município de Porto Alegre ter alocado, sem necessidade, recursos
próprios para a liquidação do valor de R$ 15.062.905,22 e ter realizado o
pagamento do valor de R$ 7.057.946,51 à empresa contratada. Fala-se em
desnecessidade em razão da existência de recursos do Ministério das Cidades,
disponibilizados por meio de financiamento junto à Caixa Econômica Federal...”.
Me falta tempo, por favor...
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo prossegue a sua
manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Na verdade, eu gostaria de usar o Tempo de
Liderança para agradecer ao Ver. João Antonio Dib pela gentileza e o pronto
atendimento, pois eu o vejo ligando para o Executivo para tentar resolver a
situação da prestação de contas dos festejos da Semana Farroupilha.
Eu já falei antes da minha admiração pelo Ver. João
Antonio Dib, mas, infelizmente, ele representa o Governo e é dele que devemos
cobrar; por isso essa insistência. E vou ficar sem tempo para fazer essa
referência, por isso agradeço pelo seu pronto atendimento. Eu espero que ele
consiga trazer essa prestação de contas para que nós possamos analisá-la.
Mas eu vou prosseguir. Gente, isso aqui é um
serviço de Inspeção Especial do Tribunal de Contas do Estado no DEMHAB, onde
houve uma determinação para que fosse intimado o Chefe do Executivo, o Sr. José
Fortunati, e o Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação, o Sr.
Jorge Luís Vani Dusso, sobre a presente decisão, para cumprimento de
manifestação na forma do art. 2º, § 3º, da Resolução nº 932/2012 do Tribunal de
Contas.
Olha, isso aqui é grave! Isso aqui não sou eu que
estou denunciando: estou lendo uma determinação do Tribunal de Contas! Isso
aqui é uma determinação do Tribunal de Contas, que apurou um pagamento a maior,
pelo que se nota, de R$ 7.057.946,51, onde caberia tão somente o pagamento de
R$ 1.677.725,64.
É chato, porque nós estamos num período eleitoral,
mas, como Parlamentar, eu não posso me furtar de trazer este assunto em
respeito a um pedido da minha Bancada. E também acho que tenho obrigação de
fazer. Isto aqui não é um discurso, gente, não foi o
Ver. Bernardino que inventou; é um assunto sério, um despacho do dia 29 de
agosto, de um “pai de santo muito forte”, porque é o Tribunal de Contas.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Isso mesmo! É
um despacho de um santo muito forte! Isto aqui deve atingir todos os cruzeiros.
Eu sou melhor falando
daquilo que eu procuro fazer, que eu tenho feito no meu dia a dia, Ver. João
Pancinha. Não sou dado a esse tipo de coisa, tenho grande dificuldade, pois não
consigo, fico olhando e acho que não é verdade.
Ao encerrar, Sr.
Presidente, faço novamente um pedido, insistir novamente. Tenho oito Projetos
prontos para serem votados. Gostaria, por exemplo, de votar o Projeto que
pretende mudar o vencimento do IPTU, com desconto. Atualmente vence no primeiro
dia útil de janeiro; tentei dia 15, não deu; tentei dia 10, não deu. Agora, eu
quero para o sexto dia útil. Quero votar o Projeto dos azuizinhos; não sou
contra a aplicação de multas, pois, se errou, tem de pagar pelo erro, mas ficar
escondido o tempo todo para aplicar multa... Isso não é sério, isso não é
trabalho de servidor público. Quem se esconde quando está trabalhando não é
trabalhador, é quem faz coisa errada. O trabalhador público não pode, não deve
fazer coisa errada e não acredito que faça, mas aplicar multa escondido...
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador).
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, subo a esta tribuna para comemorar e homenagear
uma importante entidade, que presta um excelente serviço aos portadores de
esquizofrenia – Agafape. Essa Associação atende atualmente 129 pessoas
portadoras de esquizofrenia. São dez voluntários, duas pessoas remuneradas e
toda a diretoria que trabalha sem nenhuma remuneração. Quero agradecer, aqui, a
presença dos familiares dos pacientes, dos diretores, funcionários, voluntários
e amigos. Quero saudar com muito carinho, muito respeito e fazer um
agradecimento muito grande à Presidente da Associação, Marília Cruz; quero
agradecer também à Carmen Pertille, Vice-Presidente; à Sra. Sonia Nunes Rocha,
1ª Secretária; à Sra. Carmen Helena, 2ª Secretária; à Sra. Sania Maria Bastos,
1ª Tesoureira; à Sra. Diomar Almeida, 2ª Tesoureira.
Há cerca de um ano fomos procurados por alguns
representantes da entidade Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes
Esquizofrênicos e Demais Doenças Mentais que pediram nossa ajuda, pois a
entidade estava utilizando um imóvel cedido pela Secretaria de Saúde de Porto
Alegre, porém esse imóvel era de propriedade do INSS e o mesmo estava
solicitando a devolução do imóvel. Dessa forma, o trabalho desenvolvido por
essa Associação estava ameaçado e a entidade se encontrava em uma situação
passível de despejo. Durante esse período, viemos trabalhando, acompanhando e
buscando uma solução para que não fosse interrompido esse trabalho de
assistência a essas pessoas que tanto precisam de apoio. Foi então que
propusemos uma reunião na CUTHAB para podermos trazer essa questão e
discutirmos com todos os atores envolvidos no processo e, assim, buscarmos uma
solução imediata. No dia 28 de agosto deste ano, em reunião da CUTHAB, a
representante da Secretaria Municipal de Saúde, Sra. Loiva dos Santos Leite,
trouxe a tão esperada notícia e anunciou que já havia um novo local para a
instalação da sede da Associação, e divulgou inclusive o novo endereço, situado
à Rua Jerônimo Coelho nº 254. Nesse dia, tenho certeza absoluta que esse foi o
sentimento de todos que se encontravam naquela sala: o orgulho, o carinho, o
respeito que teve a Secretaria da Saúde por essas pessoas que prestam esse
excelente trabalho na cidade de Porto Alegre a esses pacientes, vamos chamar assim
– todos nos emocionamos. Quero dizer que para nós, enquanto existirem pessoas
como vocês, que trabalham, as senhoras que trabalham, dão o seu tempo, lutam,
buscam aqui, buscam ali para ajudar principalmente as pessoas que mais
precisam, nós temos certeza de que o nosso mundo pode ser melhor, vai ser
melhor, e nós continuaremos trabalhando para que ele seja melhor. Podem contar
com este Vereador; podem contar com a família deste Vereador; podem contar,
tenho certeza absoluta, com os outros 35 Vereadores desta Casa, que estarão
sempre com as portas dos seus Gabinetes abertas para ajudar no que for
possível. Com esta alegria de saber, hoje, que não correm mais o risco de uma
possível desocupação, de não terem para onde ir, é que a gente vive cada dia mais
feliz, pensando mais no dia a dia. Eu quero dizer que sou um homem de 56 anos,
tenho uma família, e muito lutei para chegar aqui e lutar por vocês, que me
incentivaram sempre a fazer este trabalho. Por isso me coloco totalmente à
disposição, sem ter hora, dia ou local marcados, podem me chamar que eu estarei
junto com vocês trabalhando e fazendo o que posso para me somar à luta de
vocês.
Parabéns à entidade, parabéns aos pais, parabéns
aos pacientes, parabéns a Porto Alegre, e um agradecimento especial ao
Secretário da Saúde, por sua sensibilidade, pelo seu gesto, pela sua vontade de
resolver a situação. Parabéns a todos! Vão com Deus, contem comigo. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Beto Moesch.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Obrigado, Presidente, Ver. Haroldo de Souza; quero
agradecer profundamente ao Ver. Beto Moesch pela cedência do tempo e as mais de
dez ligações que recebemos ao longo do dia de hoje. Ver. Adeli, V. Exa. me
provoca com relação à votação de ontem, e eu convido o publico que nos ouve e
os Vereadores a visitarem o nosso site,
o nosso Facebook, onde está o porquê do voto de ontem, um voto de protesto.
Quero dizer, objetivamente, que coragem não nos falta e não nos faltará, não me
faltará. Quero dizer que não vão nos vergar! A mim não vão vergar. Posição é
posição, e está lá explicado o porquê do voto de protesto de ontem. Está lá bem
explicado. A coerência não nos pode faltar, principalmente nesses momentos.
Quero agradecer ao Ver.
Bernardino por ter participado da nossa Sessão em homenagem ao professor Arthur
Xavier, da ACM – 33 anos de caratê na ACM. O Ver. Bernardino presidiu aquela
Sessão, e quero agradecer a ele, profundamente, e repartir com todos os
colegas, Vereadores e Vereadoras – com o Paulo, que está ali –, a 1ª Semana do
Lami – o bairro Lami resgatando sua identidade – de 10 a 15 de setembro, na
rótula do Lami. Há uma extensa programação. No dia 10, vamos ter a Linha da
Pequena Empresa, um trabalho da SMIC, junto à Escola Oscar Coelho de Souza,
Ver. Cecchim. No dia 11, vamos ter um ciclo de debates com relação à história
do Bairro Lami; no dia 12, vamos falar da Copa do Mundo e de que forma a região
rururbana da Cidade, principalmente o Lami, Paulo – nosso jornalista do Bairro
–, pode se inserir nesse processo, principalmente juntando a questão do
transporte hidroviário. E se inicia hoje, no Cais do Porto, a oficialização das
duas primeiras paradas em Porto Alegre, nas Ilhas e junto ao BarraShoppingSul.
Esperamos que isso avance até a Região Sul e Extremo-Sul da Cidade.
Tivemos a
oportunidade de fazer – a Ver.ª Sofia era Presidente da Casa – a primeira
reunião da Câmara dentro de um barco. E fizemos isso com a presença do Prefeito
Municipal. Uma reunião, Ver. Todeschini, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
no ano passado, mostrando a viabilidade do transporte hidroviário, a
possibilidade e a competitividade dessa forma de transporte, que sem dúvida nenhuma
pode ser mais uma alternativa no que se refere ao transporte da Região Sul e
Extremo-Sul da Cidade.
Teremos lá, nos dias
13 e 14, também no estacionamento do Mercado Bom Lami, às 10h o rap do Lami;
das 11h ao meio-dia, uma mateada, Ver. Bernardino; ao meio-dia e meia haverá um
almoço na Granja Lia, que faz parte do Caminhos Rurais; às 15h30, apresentação
de um grupo de capoeira; às 17h desfile de modas; às 17h30min, apresentação de
invernadas artísticas; às 18h, cerimônia de encerramento, e às 19h uma
missa.
É importante destacar a presença constante,
participativa e ativa da Secretaria Especial dos Direitos Animais, que fará a
vacinação de cães e gatos, e tem feito diversas ações no sentido de fazer o
controle de natalidade na população animal – cães e gatos.
Pela manhã e à tarde, nós teremos a feira de
artesanato e...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Thiago Duarte prossegue sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de
Líder, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Obrigado, agradeço a cedência de tempo do Ver. Bosco, e também ao Ver.
Márcio Bins Ely.
Quero discorrer sobre essa necessidade do bairro
Lami. O Lami, que ficou por muitos e muitos anos, por décadas, à margem da
Cidade, hoje, efetivamente, é um Bairro pujante, que cresce, e que, sem dúvida
nenhuma, tem que melhorar a qualidade de vida dos moradores que lá habitam.
Antigamente, nós tínhamos poucas pessoas no Bairro;
hoje nós temos um Bairro com mais de dez mil habitantes, algumas vindas do
Interior, outras de outros locais da Cidade, que buscam naquela localidade
rururbana – porque para nós, Ver. Dib, ali deveria ser uma área rural, e vamos
lutar, enquanto estivermos aqui, para que o Lami volte a ser área rural de
Porto Alegre.
Então, essa localidade, com essa população com um
pensamento, com uma identidade com o Interior, acaba semeando qualidade de
vida, e através dos gestos dessa sociedade civil organizada, cria a Semana de
Consciência do Bairro, a Semana do Lami, para reafirmar a identidade que lá
existe.
Então, eu quero saudar a sociedade civil
organizada, que acabou se comungando no sentido de, efetivamente, valorizar a
história e as diretrizes que nós temos naquela região, que eu atendo como
médico há treze anos, desde o ano de 1999. Quando entrei no Município de Porto
Alegre disseram: “Não, deste nós temos que nos livrar, nós vamos colocá-lo lá
no Lami”. E acabaram fazendo com que eu me identificasse com aquele Bairro e
com aquela região – Lageado, Belém Novo e Restinga – e pudesse estar aqui nesta
Câmara Municipal lutando por aquela comunidade. Eu me sinto profundamente
identificado com aquela comunidade, sinto todas as minhas raízes lá e, efetivamente,
quero, ao longo dos anos, poder dar a minha parcela de contribuição.
Quero, para finalizar, convidar todos os
telespectadores para que visitem o nosso site,
que visitem o nosso Facebook, porque, sem dúvida nenhuma, lá vão encontrar,
muitas vezes, as diretrizes das nossas posições.
Quero agradecer ao conjunto dos colegas aqui, que
tiveram a grandeza de aprovar um Projeto nosso, e agradecer profundamente ao
Prefeito, que teve a sensibilidade de aprovar o Centro Integrado de Combate à
Drogadição, que possibilitará que tenhamos um combate efetivo da questão da
drogadição, tratando-a de forma transversal com as diversas Secretarias, com os
órgãos do Estado, Ver.ª Maria Celeste, que podem ajudar no combate à
drogadição, que têm ajudado, como a Secretaria Estadual de Justiça, onde está o
Deputado Fabiano Pereira, o Dr. Solimar, o Dr. Miguel Velasquez, por quem temos
muito carinho e que nos ajudou profundamente neste Projeto e na questão do
planejamento familiar.
Muito obrigado ao conjunto dos Vereadores, muito
obrigado aos telespectadores. E quero reafirmar que o voto de ontem foi um
profundo voto de protesto balizado na coerência que todos devemos ter. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, meus senhores e minhas
senhoras, em primeiro lugar, quero dizer ao Ver. Bernardino Vendruscolo que
tentei uma informação com o Executivo, que me disse que a prestação de contas é
feita pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, que responde por aquela
festividade, pela Semana Farroupilha. Mas eu vou me informar agora com
segurança, com mais tempo, Ver. Bernardino Vendruscolo, se, no caso, não deve
entregar a prestações de contas à Prefeitura; depois, volto a falar a V. Exa.
O Tribunal de Contas
do Rio Grande do Sul é uma instituição extremamente respeitada que acompanha a
execução de qualquer obra, orçamentos, licitações e, onde há dúvidas, se
manifesta. Esse documento que o Ver. Bernardino Vendruscolo leu é uma indicação
que o Prefeito da Cidade recebe, e o DEMHAB deve dar a resposta. Vejam bem,
estou lendo aqui o documento (Lê.): “Tratam os Autos da Inspeção Especial
determinada no Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, com vistas à
expedição de medida acautelatória, em virtude de possíveis prejuízos ao
Erário... [Possíveis prejuízos ao Erário.]... que podem ser causadas em razão
da execução do contrato de empreitada global que visa à implantação de
infraestruturas nos Loteamentos Bom Fim e Irmãos Maristas”. Depois, traz uma
série de outras informações (Lê.): “Ainda, existem indícios de que o orçamento
apresentou de forma exagerada a área de locação viária e o custo de implantação
da cerca”. Mais adiante diz: “... junta-se a estes elementos o fato de o
Município de Porto Alegre ter alocado, sem necessidade, recursos próprios para
liquidação do valor de [15 milhões de reais em números redondos] à empresa
contratada. Fala-se em desnecessidade em razão da existência de recursos no
Ministério das Cidades, disponibilizados por meio de financiamento junto à Caixa
Econômica Federal, destinados à implementação dos Loteamentos, sendo que ao
Município, caberia apenas a contrapartida de R$ 1.677.725,64”. Diz mais (Lê.):
“Diante dos indícios de inconformidades acima referidos, é prudente que os
custos sejam melhor verificados antes de novo pagamento, como forma de evitar
possível prejuízo ao Erário”. Portanto, é uma ação de rotina do Tribunal de
Contas, e pede que o Prefeito da Cidade e o Diretor-Geral do DEMHAB prestem os
esclarecimentos. E não é nada imprevisto, pois todos que foram Prefeitos desta
Cidade passaram pela mesma situação. E se há essa desnecessidade que fala,
porque poderia haver recursos no Ministério das Cidades, eu pergunto por que
não chegaram até agora, depois de anos, depois de todos reclamarem, os recursos
para fazer a Av. Vicente Monteggia. Se conseguirem me responder isso, eu direi
que o Tribunal de Contas está com a razão. Mas o Tribunal de Contas não está
acusando, o Tribunal de Contas está pedindo explicação, é bem diferente. E é
isso que eu gostaria que ficasse claro, e porque não há mistério, todos os
Vereadores da Casa do Povo de Porto Alegre receberam. Seguem para conhecimento
das autoridades políticas os apontamentos da Prefeitura de Porto Alegre. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI
SELL: Na verdade, meus colegas Vereadores, isso aqui deveria ser uma
intervenção de Liderança de quase todos – de quase todos, Fernanda –, porque eu
vou ter que continuar com a conversa anterior. A legislação não é clara, Ver.
Idenir Cecchim, que não se pode contratar três meses antes, três meses depois,
não pode chamar gente de concurso, não pode usar a máquina, não pode isso, não
pode aquilo, não pode subir em palanque, etc. e tal. Mesmo a nossa atividade
parlamentar, de vez enquanto, fica um pouco enublada, obscurecida. Você vai
fazer certas coisas que é da sua atividade parlamentar e vão dizer “você está
usando para fazer a sua campanha”. Não, eu estou usando o meu mandato e não
posso abrir mão disso. Agora o seguinte: é justo? É legal? Eu não entendo como
alguns Vereadores da base do Governo ainda não usaram seus tacapes, não usaram
suas armas para se defender. É justo alguém que participa da base do seu
Governo, que está fazendo a coisa certa, DJ Cassiá, com parcos recursos, indo às
comunidades, fazendo o trabalho de convencimento, que V. Exa. tenha um papel
aqui na Casa. Aí vem um outro, às vezes do seu próprio Partido – diga-se de
passagem, e o pessoal do PDT sabe que tem uns dois, pelos menos, que são a
mesma coisa...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco
Vaz)
O SR. ADELI
SELL: Campanha eleitoral. É, mas nós vimos que já houve gente que comprou
cadeira aqui.
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz)
O SR. ADELI
SELL: É, e já não está mais aqui, diga-se de passagem.
Então, estou usando a Liderança do Partido dos
Trabalhadores, Ver. Mauro Pinheiro, Ver.ª Sofia Cavedon, mas, na verdade, é uma
liderança da maioria, por que o que estou falando aqui não é grego, não é
latim. Todo mundo está entendendo num bom português. Só não entendo como as
doutas autoridades... É capaz de alguém colocar uma plaquinha num lugar
desavisado e levar uma tronchada do Tribunal, porque alguém não gostou, pegou a
plaquinha, fotografou. Eu pergunto o seguinte: colocar uma placa num lugar
indevido – o que pode acontecer, pois, às vezes, um colaborador faz –,
manipular a máquina pública, usar a patrola da Prefeitura, o rolo compressor da
Prefeitura, a retroescavadeira da Prefeitura, os caminhões da Prefeitura para
botar lâmpadas é justo ou é ilegal? É ilegal! Então, na verdade, nós, que temos
uma postura ética, que trabalhamos, que temos honestidade, que defendemos
ideias, como muitas vezes eu e o João Dib nos digladiamos aqui sobre o
orçamento da parte da Saúde, vamos estudando, juntamos documentos daqui,
documentos dali, vamos à batalha, mostramos que há condições de fazer mais por
aqui, menos por ali, e vem alguém, com uma retroescavadeira. Retroescavadeira!
E aí não tem... Rolo compressor, você sai machucado! Eu não vou sair machucado
dessa eleição, porque eu vou parar na frente, qualquer dia, de uma patrola da
Prefeitura e vou dizer: poderiam ter feito! Poderiam ter feito! Não fizeram;
portanto, não vão fazer agora também. Porque quando eu pedi, não podia; quando
o Ver. DJ pediu, não apareceu. E como é que fica? Essas são algumas reflexões
que eu faço com os meus colegas Vereadores.
Eu sei que eu estou gastando um tempo do PT para
falar de quase todos aqui, de quase todos, mas eu acho que vale a pena, às
vezes, gastar, porque, diferentemente do que diz o ditado gaúcho, não estou
gastando pólvora em chimango, estou dando as cartas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Adeli Sell, se
fosse permitido pelo Regimento, eu lhe concederia este meu Tempo de Liderança,
para que V. Exa. continuasse a falar por todos os Vereadores, por todos aqueles
que fazem política pura. Eu quero dizer que concordo com V. Exa., há exageros.
Por isso que eu sou contra deixar os ventríloquos, os prepostos, ou seja lá
quem for nas Secretarias. Todos deveriam estar, pelo menos, a serviço de todos.
O Ver. João Dib, por exemplo, já foi Prefeito da
Cidade. Lembro muito bem, quando V. Exa. era Prefeito, de como se davam as
eleições: houve a eleição na transição das eleições diretas, com Vossa
Excelência – lembro muito bem como se comportou a máquina naquela eleição:
tranquila e intacta. Eu acho que o que está havendo aqui são “localizados
quintais”. Por isso sou contra que se permita que o mesmo partido continue por
um monte de tempo no mesmo lugar.
(Aparte antirregimental.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Não, isto aqui não é a oposição, não é a situação. Aqui o Vereador
opina, dá a sua opinião do que entende por política. Agora, concordo com V.
Exa. também sobre aquela plaquinha que, por engano, foi colocada, e o
Ministério Público chega e pimba, multa! A Cidade toda está cheia de placas e
letreiros no meio das empresas, nas madeireiras, nas lavagens, em tudo quanto é
lugar! Será que isso precisa ser denunciado ao Ministério Público? Por que ele
mesmo, enxergando, não faz isso? Não é preciso denunciar; se um Promotor passa
na frente, tem que olhar, fiscalizar e denunciar. Fazem um trabalho perfeito,
mas tem que fazê-lo também na eleição, tem que dar uma olhadinha e fazer a sua
denúncia. Muitas vezes, como fica chato um Vereador denunciar outro Vereador.
Não é o caso, mas, por exemplo, eu denunciar o Cassiá. Não é o caso, Ver.
Cassiá, permita-me apenas que o use como exemplo. O cara não denuncia, porque
não é trabalho do Vereador denunciar o colega; é o trabalho da organização,
desta lei eleitoral que está errada. Se é para a lei dar oportunidade a todos
de não precisarem gastar dinheiro, para que fazer recolher as placas às 10h da
noite? Para as placas dormirem em casa? Aí, no outro dia, o candidato pega um
monte de carros, gasta dinheiro, vai lá, atrapalha o trânsito de novo, para
recolocar as placas. Essa é uma legislação burra. Se é para não gastar muito
dinheiro, que se determine: o tamanho de placa só pode ser “x”, e ela tem que
ser colocada em determinado lugar. Está fora? Não precisa nem denunciar, toca
multa! É isso o que está faltando!
A Ver.ª Sofia Cavedon me faz uma pequena provocação
dizendo que eu enchi de placas a Cidade. É verdade, em locais autorizados. Usei
um desses locais autorizados e fui chamado à atenção porque era muito perto de
uma lancheria. Era no andar de cima – no andar de cima –, mas fui lá e retirei
as placas, para depois discutir. Aí ganhei, disseram que estava certo, que o
Vereador podia deixar a placa ali.
(Aparte antirregimental do Ver. Adeli Sell.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: É. Então, foi um pequeno engano o que o Ver. Adeli Sell disse aqui, por
um palmo de diferença. Faz muita diferença! Só que Cidade está cheia disso!
Então, V. Exa. fez um pronunciamento, Ver. Adeli
Sell, estou me repetindo aqui, porque queria lhe dar um aparte, mas não é
possível. Quero dizer que – Ver. Haroldo de Souza – tem que trabalhar o dobro
para fazer a mesma coisa, pelas coisas erradas que muitos fazem. E é
lamentável, porque perdemos tempo, poderíamos estar conversando mais com
eleitores, explicando mais o que queremos fazer, mas passamos perdendo tempo
por causa de meia dúzia de placas, a mais ou a menos, em locais mais ou menos
localizados. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.).
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras público que nos
assiste nas galerias, meu amigo Ver. DJ Cassiá; vou sair um pouco do assunto
que hoje predominou nesta tribuna. Falarei da nossa Prefeitura, Ver. Adeli
Sell; do nosso Governo, Ver. Todeschini.
Quero falar sobre um assunto, que já falei desta
tribuna, que se chama Sistema Integrado de Administração Tributária – SIAT. Em
2004 – relembrando aos Vereadores – a Prefeitura estava tentando fazer um
sistema, através da PROCEMPA. Em 2005, o Governo que se instalou, deu um prazo
de seis meses para a PROCEMPA fazer, terminar um Projeto que estava tocando. A
PROCEMPA disse que não tinha condições, e a Prefeitura, então, fez uma
licitação de que participaram duas empresas: uma por R$ 5 milhões, e a outra
por R$ 2 milhões. A empresa que apresentou custo de R$ 5 milhões entregou
documentos que nem foram conferidos, mas foram aceitos pela Prefeitura. Depois,
Ver. Elói, o que aconteceu é que a empresa que ganhou – a de maior valor: R$ 5
milhões e 760 mil foi contratada pela Prefeitura porque era para ser mais
rápido – isso em 2005. Ficou discutindo na justiça até 2009, Ver. João Antonio
Dib. De 2009 até 2012, tentou fazer funcionar, por R$ 5 milhões, um sistema que
a PROCEMPA deveria ter feito em seis meses e que não teria custo para o
Município. Mas o que aconteceu, Ver. DJ Cassiá – que está atento –, é que esse
sistema até hoje não funciona bem, Elói. Só que a Prefeitura já pagou todo o
sistema. Nós já tivemos várias discussões a respeito dele. Explicando melhor
para o senhor e a senhora que estão em casa, e que talvez não tenham
acompanhado sempre, a Prefeitura fez mais, Ver. João Antonio Dib, não respeitou
o contrato; pagou, inclusive, a manutenção de um sistema que não rodava, que
não funcionava. Ver. DJ, é como se tu tivesses comprado um carro, não o tirou
da fábrica, mas já estás pagando a manutenção, a revisão – e o carro nem saiu
da fábrica ainda. É isso que a Prefeitura fez. O pior ainda é que agora temos a
informação, Ver. João Antonio Dib, que colocaram o sistema para funcionar, e,
como não está funcionando bem, agora, depois de sete anos, a Prefeitura está
decidindo que é melhor usar o sistema antigo. E o dinheiro foi-se, foi para o
ralo. Vai voltar. Acho que a PROCEMPA vai ter que desenvolver o sistema, até
porque a PROCEMPA anda muito jogada para outras atividades não afins, cuidando
de festas, de eventos, de compras de equipamentos de escola de samba. Acho que
realmente a PROCEMPA deveria voltar a fazer o sistema para a Prefeitura. É melhor
perder esses R$ 5 milhões do que continuar investindo em algo que não funciona.
Mas nós denunciamos ao Tribunal de Contas Vereador, que está apurando. A
informação que tenho é que há algumas pessoas da Secretaria da Fazenda, que são
as responsáveis pela contratação, e parece, Ver. Adeli Sell, que vão ter que
responder. Acreditamos que serão indiciadas pela compra desse investimento que
não andou, desse equipamento, desse software
que foi contratado.
Então, é preciso prestar atenção. Nós estamos de
olho, Ver. João Antonio Dib. Pelo jeito que está indo esse sistema, o SIAT, em
breve talvez tenhamos mais uma CPI nesta Casa para poder investigar onde foram
parar esses R$ 5 milhões e 760 mil. Inclusive, Ver. João Antonio Dib, estavam
querendo fazer um aditivo para aumentar o valor; não precisa funcionar, o
negócio é usar o capital.
O Sr. João
Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. não estava
aqui nesta Casa quando da Administração do PT, mas o seu Governo comprou um
incinerador de lixo que nunca instalou, e, na época, os Vereadores da situação
não permitiram que se fizesse uma CPI aqui; foi o maior escândalo no Governo
Olívio.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Obrigado pela contribuição, Ver. João Bosco Vaz, mas, se teve algum
equívoco no Governo passado, os Vereadores deveriam ter investigado, deveriam
ter buscado uma CPI, deveriam ter feito ações de investigação. Inclusive, eu
escutei muito dos Vereadores da base do Governo, este ano, dizendo que não
havia necessidade de CPI para se investigar, que há metodologia na Casa. Então,
os Vereadores daquele tempo deveriam ter usado...
(Som cortado, conforme determinação da presidência
dos trabalhos.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Encerrado o seu tempo. Eu lhe dei um minuto, em
troca dos 30 segundos tomados pelo Ver. João Bosco Vaz, nada mais do que isso.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Ver. Haroldo de Souza, eu já tenho algumas décadas na Casa e entendo – e
gostaria de deixar consignado, assim procedi outras vezes, estão os Anais da
Casa a demonstrar – que não se faz oposição a um Governo de ofício. Este
Governo realiza boa Administração, mas o que se deve considerar é o caso
presente, é o caso que acompanhamos da atual Administração. É uma Administração
austera? Sim, é austera, agora, Ver. João Antonio Dib – V. Exa. que é um
professor, um pós-graduado nas questões ligadas à problemática citadina, sabe
disso –, se nós começarmos a pinçar, numa cidade, seja Porto Alegre, seja onde
for, e nos mais diferentes Governos, nós vamos encontrar – sempre se encontra:
“ali tem uma lâmpada queimada, que absurdo, etc. e tal”; “olha o lixo ali na
praça, etc. e tal” É o pinçamento que, numa cidade como Porto Alegre, e em
qualquer cidade, sempre apresenta, seja ontem, hoje e amanhã. Essa é toda a
verdade.
Então, nós temos que fazer uma análise de uma
Administração, e nunca ser oposição de ofício. Porque a função parlamentar, a
função legislativa – de fiscalização, é verdade – é uma função, sim, mas é uma
função assessora da Administração Pública. O mandato, na minha opinião, deve
ser republicano, longe de uma oposição de ofício. Não há necessidade de
fazermos uma oposição, quando, na realidade, não se analisa o conjunto da
Administração, e o conjunto da Administração quem diz é o povo. Estão aí os
dados, postos à disposição: uma Administração boa, que vem tendo pontos
positivos.
Então, para expressar a vontade popular, eu tenho
que fazer uma análise do conjunto, não uma análise pontual, porque, se fizer
uma análise pontual, seja aqui, na China, nos Estados Unidos, eu vou encontrar
problemas: “Olha, queimou a lâmpada”; “O ônibus atrasou o horário”; “O metrô
teve um problema, etc. e tal”.
E vejo – e quero colocar aqui – que depois que
passamos a ter comunicação entre a Casa e a opinião pública temos que ter
cuidados, porque a população nos julga, a população está aí do outro lado
examinando nossos propósitos e nossa imparcialidade – e não podemos ser
diferentes, mesmo sendo da oposição. Então, se levantarmos os Anais desta Casa,
veremos que este Vereador, historicamente, ao longo do tempo, independente
deste ou daquele Governo, sempre cumpriu um mandato e nunca foi oposição de
ofício. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Fernanda Melchionna assume a presidência
dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver.ª Fernanda, na presidência
dos trabalhos; Ver.ª Fernanda, recebo, estarrecido, o Relatório...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Estarrecido, Ver. João Bosco, porque é mais uma pouca-vergonha que nós
temos na Administração de Porto Alegre, na gestão de Porto Alegre. Falo do
Relatório do Tribunal de Contas, que veio através da Inspeção Especial, e que,
ao mesmo tempo, manda o Chefe do Executivo determinar medida cautelar. Vejam
só, agora, em relação ao DEMHAB, em que são constatadas uma série de irregular idades
muito graves sobre preço, superfaturamento, pagamento de serviços que não estão
nas planilhas e muitas outras coisas. Determina o Tribunal de Contas duas
medidas acautelatórias: a primeira, que o DEMHAB “abstenha-se a efetuar novos
pagamentos relativos à contração em pauta”; e a segunda – vejam, escutem-me com
atenção, por favor –, “Determine que seja instaurado procedimento
administrativo de sindicância, com vistas à apuração de responsabilidades funcionais por parte de todos os envolvidos no processamento
da Concorrência nº 006/2011, haja vista o apontado nos subitens 2.1, 2.2 e 2.3
desta informação”. Vejam bem, a todos os envolvidos nesse indício forte de
fraude, após a auditoria do Tribunal de Contas!
E ainda, Ver.ª Fernanda (Lê.):
“Junta-se a estes elementos o fato de o Município de Porto Alegre ter alocado,
sem necessidade, recursos próprios para liquidação do valor de R$ 15.062.905,22
e ter realizado o pagamento do valor de R$ 7.057.946,51 à empresa contratada. Fala-se em
desnecessidade em razão da existência de recursos do Ministério das Cidades,
disponibilizados por meio de financiamento junto à Caixa Econômica Federal
(fls.149/166), destinados à implementação dos Loteamentos, sendo que ao
Município caberia apenas a contrapartida de R$ 1.677.725,64”.
Vejam só (Lê.): “Defiro a medida cautelar
pleiteada, conforme os itens ‘a’ e ‘b’ das informações (fl.21). Determino a
intimação do Chefe do Executivo Municipal de Porto Alegre, o Exmo. Sr. José
Fortunati, e do Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB
–, o Sr. Jorge Luís Vani Dusso, sobre a presente decisão para cumprimento e
manifestação na forma do art. 2º, § 3º, da Resolução nº 932/2012 deste Tribunal
de Contas. Pedro Figueiredo, Conselheiro-Relator”.
Vejam só, enquanto nós temos muitas pessoas sem
moradia, próximo ao Rubem Berta, lá na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, com
mais de mil famílias ocupando uma área porque não têm como pagar um aluguel,
aqui vemos que estão sendo jogados fora mais R$ 15 milhões do Erário, ou seja, dinheiro
público, que vergonhosamente está sendo desperdiçado, como tem acontecido
rotineiramente com as obras do DEP, do DMAE e do DEMHAB. Eu digo isso, afirmo,
e quero que me contestem, se eu estiver errado! Eu desafio a me contestarem!
Obras que deveriam custar um milhão, um milhão e meio, custam sete milhões,
seja no DEP ou no DEMHAB! Quer dizer, um dinheiro que deveria ser apenas de
contrapartida é bancado, talvez, para driblar a fiscalização da Caixa Econômica
Federal! Ou seja, para driblar a fiscalização do PAC, é usado dinheiro
público...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Haroldo de
Souza reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Haroldo de Souza, Presidente
dos trabalhos; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores e público que acompanha esta
Sessão, uma Sessão de quinta-feira, uma Sessão de debates, e eu penso que as
palavras do Ver. Todeschini estão testemunhadas na determinação do Tribunal de
Contas de que a Prefeitura suspenda pagamentos à empreendedora que realiza essa
obra que, no meu entendimento, na síntese, está superfaturada. Acho que no tema
da fiscalização esta Casa tem de ser muito zelosa, porque são muitas as obras
concomitantes nesta Cidade.
Quero falar de um outro tema que eu considero
escandaloso, porque aí não é só dinheiro público indireto que está sendo mal
utilizado, aí é o prejuízo direito a centenas de famílias, por uma atitude de
omissão e de jogo de empurra da Prefeitura de Porto Alegre em relação à CEEE,
no tocante ao fornecimento de energia elétrica. Todos aqui já assistiram, nesse
painel, o vídeo que mostra a situação da Vila Santo André, no Humaitá. Esta Vereadora,
na Presidência da Câmara, esteve lá com o Câmara na Comunidade, juntamente com
outros Vereadores. A situação é dramática, é uma das vilas que estava prevista
no PIEC – Programa Integrado Entrada da Cidade –, eram 140 famílias. Como o
PIEC está atrasado 8 anos, agora lá já estão quase 700 famílias. É uma
comunidade que vive da reciclagem do lixo. É uma comunidade que fica sem
energia elétrica toda noite. Não importa se as pessoas estão doentes, não
importa se os ratos estão atacando, não há como fazer higienização, não importa
se é frio e não dá para tomar banho quente. A Prefeitura não acha que tem que
encaminhar a situação da energia elétrica da Vila Santo André.
Neste ano, a Comissão de Diretos Humanos chamou
esse tema novamente. Nós tivemos reuniões lá na CEEE, onde o Secretário Adjunto
da Governança não compareceu, mas combinou uma nova reunião. Essa nova reunião,
aqui na CEDECONDH, foi suspensa por um suposto acordo entre CEEE e Governança
no sentido de que finalmente colocariam algo emergencial lá. E eu liguei para a
CEEE hoje, ontem, na semana passada, no mês passado, e a CEEE diz que a
Prefeitura ficou de dar o termo de aquiescência, de acordo, para colocar a
rede. A Prefeitura, na palavra do Sr. Secretário, diz que a CEEE é que vai
fazer uma certa normatização – que já existe. É criminoso o jeito que está
sendo tratada a Vila Santo André! Eu chamo de criminosa a forma, a omissão, o
jogo de empurra-empurra! Não é possível que as pessoas vivam esse drama, com
água pouco salubre, porque é uma água que é servida em caixas por caminhão-pipa
e não há como manter a higienização adequada. A Vila é completamente tapada de
barro e de lixo, e ainda não tem energia elétrica, o que facilitaria o
acondicionamento dos alimentos, o que garantiria uma higienização do corpo e
das roupas de alguma maneira diferenciada. Não é possível! Aquelas pessoas me
lembram os “Gabiru” que o Xico Stockinger retratou e emoldurou na sua arte, que
espantaram o mundo e que hoje existem em Porto Alegre, perto da nova Arena do
Grêmio, daquela área que será fabulosa, com hotel, com shopping center, com apartamentos de luxo. E a miséria ali do lado!
E a miséria, que é resultado da incompetência, por um lado, porque o PIEC está
oito anos atrasado e, por outro lado, pela omissão. É extremamente grave ao que
nós estamos assistindo! E não foram poucos os Vereadores, não foram poucas as
reuniões, é o Ministério Público, é a Defensoria, e não há o que responsabilize
o Governo desta Cidade! Ontem à noite, estavam os moradores de novo fazendo paralisação,
fazendo mobilização para ter luz; têm que fazer isso todos os dias. Isso é
simplesmente inaceitável! Eu peço à Comissão que chame imediatamente uma nova
reunião, que o Governo se manifeste...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, Porto Alegre tem em torno de 200 mil empresas
regulares. Tem-se por empresas regulares aquelas que têm o devido alvará de
funcionamento. Mas nós temos uma estimativa – e aqui há vários Vereadores que
foram Secretários da Indústria e Comércio – de que exista um grande número de
empresas que são informais. Muitas vezes se confunde informalidade com
ilegalidade. É uma confusão que é muito ruim, porque o informal não é ilegal. O
informal é, às vezes, alguém que por desconhecimento, por medo de ser alcançado
pelo fisco, com medo de alguns encargos não se formaliza. E nós temos feito,
historicamente, um esforço muito grande no sentido de promover essa
formalização. O Ver. João Pancinha era Presidente da Carris, e eu era
Secretário da Indústria e Comércio de Porto Alegre, e fazíamos uma parceria com
o Sebrae cedendo um espaço para que o Sebrae colocasse no Largo Glênio Peres, a
cada semestre, uma estrutura para trabalhar em favor da formalização de micro e
pequenos empreendedores em Porto Alegre. Numa dessas visitas que fiz na
condição de Secretário, percebi que nós poderíamos avançar em relação a um
problema que havíamos diagnosticado em Porto Alegre, que são as atividades que
estão longe do Centro, muitas vezes em bairros, de pequenas empresas que não
têm o seu devido alvará de funcionamento, que não estão formalizadas, que não
podem emitir nota fiscal, que não podem prestar serviços de maior qualidade
exatamente porque estão nessa informalidade. Da SMIC, telefonamos ao então
Presidente João Pancinha, perguntei a ele se era possível a cedência de um
ônibus que não estivesse sendo usado, para fins de uma parceria com o Sebrae, e
imediatamente – eu quero reconhecer e agradecer – ele anuiu, disse que sim. Nós
fizemos, logo em seguida, uma reunião com a Direção do Sebrae e implementamos
um projeto pioneiro no Brasil, que é a Linha da Pequena Empresa.
Eu quero dizer, com muita alegria, Ver. João
Pancinha, que recebi, agora há pouco, uma visita de pessoas responsáveis pela
relação institucional do Sebrae com Governos, trazendo esta revista (Mostra
revista.), que é uma revista do Sebrae Nacional, não é uma revista de Porto
Alegre, nem do Rio Grande do Sul, mostrando que a nossa iniciativa, o nosso
Projeto virou case nacional. Está
aqui na página 24 do Sebrae Nacional, a Linha da Pequena Empresa de Porto
Alegre. Está sendo replicada, Vereador-Presidente, para outros Municípios do
Rio Grande do Sul. Caxias do Sul já deve, com o Prefeito Sartori, operar agora,
logo em seguida, este Projeto da Linha da Pequena Empresa. Entre outras
conquistas, tivemos em torno de mil micro e pequenos empreendedores
formalizados, nós agregamos a essa iniciativa o microcrédito, e, no
microcrédito, fizemos parceria com ICCs e com o próprio Banco do Estado do Rio
Grande do Sul e já conseguimos disponibilizar a micro e pequenos
empreendedores, hoje, mais de R$ 3 milhões em Porto Alegre. Conseguimos também,
no ano passado, fazer tramitar neste Legislativo Municipal, Ver. Dr. Goulart, a
Lei Geral da Microempresa, que concede favores, benefícios e olha, com um olhar
muito atencioso, para a micro e pequena empresa, que, no caso de Porto Alegre,
responde por 99% da economia da nossa Cidade. Quer dizer, a maior parte dos
empregos gerados em Porto Alegre são oriundos de micro e pequenas empresas.
Então, eu quero agradecer ao Sebrae Nacional o
reconhecimento que faz e dizer que tudo isso nos redundou o Prêmio Prefeito
Empreendedor do Sebrae.
O Sr. João
Pancinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Valter Nagelstein, fico muito satisfeito de ter podido
participar desse empreendimento do Linha da Pequena Empresa. Nós, na Carris,
tivemos vários trabalhos de ação social, inclusive, como Territórios Negros,
Bicho Amigo e o principal Projeto, que é o Linha Solidária, mas tão logo V.
Exa. nos procurou, vimos que o Projeto era extremamente importante para Porto
Alegre e, tão logo fizemos a primeira reunião, disponibilizamos esse ônibus. E
parabéns pela conquista desse reconhecimento.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito
obrigado, eu lhe agradeço. Quero, nesses poucos segundos que me restam, também
dirigir o meu abraço a toda comunidade israelita de Porto Alegre, do Rio Grande
do Sul, do Brasil e, por que não – se estamos numa Casa que dispõe de mídias
eletrônicas – do mundo, e saudar toda essa comunidade por ocasião do Ano-Novo
judaico que estamos às vésperas de comemorar, agora, dentro dos próximos dias.
Então, à comunidade
israelita que, conforme a história do próprio Rio Grande do Sul, quero desejar
um Ano-Novo bom e doce e que todos nós, frutos de nossas boas ações, sejamos
inscritos, Ver. João Dib, no Livro da Vida e que possamos receber do nosso
Criador o justo reconhecimento exatamente pelas boas ações que praticamos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores, minhas
senhoras, a coisa mais fácil que tem é fazer denúncias, principalmente quando
não se tem responsabilidade sobre elas. No ano de 2003, eu fui Presidente desta
Casa e, algumas vezes, respondi pela Prefeitura; algumas vezes fui Prefeito
Substituto da figura ilustre do Prefeito João Verle. Sobre as contas do ano de
2003 eu fui incluído para dar explicações sobre as mesmas, porque eu exerci a
Prefeitura por dez ou doze vezes naquele ano.
O Prefeito João
Verle, com o cavalheirismo, com a seriedade que lhe é pessoal, veio ao meu
gabinete e disse: “Não se preocupe que eu vou responder todas as contas,
inclusive dizendo que o Ver. João Dib, ao assumir, não assinou documento nenhum
na Prefeitura, não ordenou despesa, não fez nada”; e depois ele explicou. O que
aconteceu aqui com o DEMHAB, que a oposição aqui festeja tanto, não foi nada
diferente daquilo que aconteceu com outros Prefeitos, com outros Secretários do
Município e com outros Diretores de autarquias. Só que o documento foi enviado
para a Prefeitura pelo Tribunal de Contas, o que é das suas atribuições – aqui
estão as atribuições do Tribunal de Contas –, e a Prefeitura imediatamente
tomou providências, determinando notificações, para que uma Comissão examinasse
todos os dados que estavam levantados pelo Tribunal de Contas.
No dia 3 de setembro, já havia uma Portaria
designando pessoas para constituir a comissão de sindicância com vistas à
apuração de responsabilidades funcionais, conforme medida cautelar e inspeção
especial, proposta pelo Tribunal de Contas.
Portanto, o Executivo e o Departamento Municipal de
Habitação agiram com presteza e tomaram as providências necessárias para dar
explicações ou para sustar pagamentos, como realmente fez.
Mas, de qualquer forma, eu não teria condições de
ver, aqui, se está toda a resposta que já está indo para o Tribunal de Contas,
onde, item por item, é justificado. E se dúvidas acontecem, o Departamento de
Habitação está buscando o equacionamento. Já sustou pagamentos, já havia
reduzido alguns itens dos contratos, e, agora, fica muito fácil para a
Prefeitura dizer a verdade.
Agora, também, por outro lado, parece ser muito
mais fácil para a oposição usar o seu tempo para fazer acusações infundadas,
como fez também o Ver. Mauro Pinheiro em relação ao contrato feito pela
Prefeitura para nós chegarmos na nota fiscal eletrônica. Mas, de qualquer
forma, o povo é muito mais inteligente do que possam pensar os Vereadores que
fazem acusações. Acusações são feitas todos os dias, mas é preciso ter
responsabilidade.
É por isso que eu falei, esses dias, sobre os três
erres: respeito por si mesmo, respeito pelo seu semelhante e responsabilidade.
Isso nem sempre acontece nas informações que são levadas àquela tribuna. Mas
para quem tenha dúvidas, todas as informações com relação ao levantamento feito
pelo Tribunal de Contas, que é da sua responsabilidade fazer, estão aqui à disposição,
sem nenhum problema, porque a Prefeitura de Porto Alegre tem transparência,
assim como a Câmara Municipal, no Rio Grande do Sul; as duas foram as que
melhor se situaram. Primeiro lugar para a Prefeitura; primeiro lugar para a
Câmara Municipal. Transparência é uma verdade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Solicito a abertura do painel eletrônico, para
verificação de quórum. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há
nove Vereadores presentes. Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h45min.)
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